quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

"A Megera Domada", de William Shakespeare (Fev/2013 - Livros que nos façam rir)

Resenha escrita por Débora Paias

    A primeira coisa que me chamou a atenção em A Megera Domada foi o autor, do qual eu mais conheço as tragédias do que as comédias. A segunda foi o filme estrelado por Elizabeth Taylor, que eu vi antes de ler o livro. O filme foi um espetáculo à parte, divertindo-me muito mais do que eu pensei que de fato me divertiria.
    A Megera Domada conta uma história dentro de outra história. Christopher Sly, um funileiro embriagado, é vítima de uma pegadinha. Um Lord e seus criados fazem Sly acreditar, ao acordar, que na verdade é um nobre e que todos eles estão lá para servi-lo (inclusive dizem que sua esposa é um pajem fantasiado de mulher). Atores encenam uma peça para Sly. Essa peça que é, em si, A Megera Domada.
    Batista Minola, rico cidadão de Pádua, tem duas filhas em idade de se casar. A mais nova, Bianca, é bonita, meiga e cheia de dotes e, portanto, todos querem se casar com ela. A lista de pretendentes é comprida: Grêmio, Hortênsio, Lucentio... O problema é que Batista insiste que Bianca só se casará depois de sua irmã mais velha, Katherina que, embora bonita, tem um gênio terrível, que afasta todos os possíveis pretendentes.
    Assim, todos os interessados em Bianca se unem para casar Katherina, a megera. Petrucchio aceita a missão, atraído pelo fato da moça ser rica e bela e nem um pouco intimidado por seu temperamento. Um dos trechos que achei particularmente engraçados é, durante a primeira conversa de Katherina com Petrucchio, a fala irônica dele:
Nem pensar. Eu a acho tão gentil...
Diziam que era grossa e emburrada,
Mas agora ‘stou vendo que mentiram;
Que é agradável, alegre e cortês,
Lenta de fala, doce como as flores;
Não se zanga, não olha atravessado,
Não morde o lábio como dona brava;
Nem tem prazer em fala malcriada;
Recebe bem quem vem fazer a corte,
Com conversinha doce e delicada.
Por que dizem que Kate puxa da perna?
Que calúnia! É reta como um tronco;
Como a avelã é toda marronzinha,
E inda mai doce. Ande aí para eu ver.

Ao que Kate responde: “Idiota! Dê ordens a quem pode.”

A história de amor de Kate e Petrucchio é pouco convencional. Em alguns momentos temos vontade de rir e em outros de chorar. O final é o que um bom texto shakesperiano pede. Com certeza foi uma leitura prazerosa!

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