sexta-feira, 1 de junho de 2012

A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS, de MARCUS ZUSAK (Maio/2012 - Tema: Fatos Históricos)

A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS -  AUTOR:  MARCUS ZUSAK (Sueli Couto resenha 5)

Escolhi este livro por ser muito bem elogiado. Sinceramente sei que muitos não aceitarão minha opinião, mas não gostei muito do livro. A história em si não me empolgou. Mostrou-se uma história cansativa, e por fim não me cativou. Encantei-me sim com o relacionamento de alguns personagens, como a roubadora de livros, Liesel, com seu pai de criação, Hans, da amizade com Max e com a mulher do prefeito.

Muito triste, como não poderia deixar de ser, este período terrível da nossa história mundial, o holocausto, a guerra, a fome, da negação do direito de um ser humano viver com dignidade, mas diferentemente de outros livros, neste só chorei com no ultimo capitulo. Parece que a aceitação, a resignação, o cansaço de Liesel com tudo é tão grande, que há um distanciamento, ou talvez, este afastamento se dê pelo fato da história não ser contada por ela.

Entre 1939 e 1943, Liesel Meminger encontrou a Morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a própria, de tão impressionada, decidisse nos contar sua história.
A história acontece na Alemanha, no período nazista e quem a conta é a Morte.   E "Quando a morte conta uma história, você deve parar para ler".

A Morte conta como conheceu e os contatos que manteve com Liesel, a principal personagem do livro. Eles aconteceram em três ocasiões: na morte de seu irmão menor, quando estava para ser adotada; na morte de um piloto aéreo das forças inimigas, e na morte de seus pais e amigos, quando a rua em que moravam foi destruída pelos bombardeios da guerra. Ela relata o seu trabalho de levar as almas com muita singeleza, brandura e forma muitas vezes poética.

O livro relata a vida de Liesel, sua separação da mãe, a morte do irmão, a adoção, a rudeza de Rosa sua nova mãe, a dedicação e amor incondicional de seu pai Hans, os pesadelos, as surras na escola, a amizade com Rudy, os roubos para matar a fome, seu trabalho de entregar as roupas que Rosa passava, o acordeão que seu pai tocava, o segredo do porão, como aprendeu a ler, a amizade com a mulher do prefeito e o roubo dos livros.

Interessante que em muitas passagens a Morte expressa sua incompreensão em relação às diferentes atitudes humanas, fazendo um papel inverso ao nosso com relação a ela. O fato dela admitir ter cometido o erro de se distrair, de passarem a perna nela, de não cumprir corretamente seu trabalho, deixando-se levar pela curiosidade da história da Roubadora de Livros. Quando finalmente, depois de muitos anos, a Morte chega para buscá-la, parece o encontro de duas amigas que enfim se reencontram.

“Tive vontade de dizer muitas coisas à roubadora de livros, sobre a beleza e a brutalidade. Mas que poderia dizer-lhe sobre essas coisas que ela já não soubesse? Tive vontade de lhe explicar que constantemente superestimo e subestimo a raça humana — que raras vezes simplesmente a estimo. Tive vontade de lhe perguntar como uma mesma coisa podia ser tão medonha e tão gloriosa, e ter palavras e histórias tão amaldiçoadas e tão brilhantes.
Nenhuma dessas coisas, porém, saiu de minha boca.
Tudo que pude fazer foi virar-me para Liesel Meminger e lhe dizer a única verdade que realmente sei. Eu a disse à menina que roubava livros e a digo a você agora.


• UMA ÚLTIMA NOTA DE SUA NARRADORA •

Os seres humanos me assombram.”

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